Eduardo O C Chaves
Peter Drucker afirma, em seu livro Novas Realidades, que estamos vivendo numa Segunda Renascença. Vou aqui refletir um pouco sobre essa interessante idéia de um dos mais criativos pensadores deste final de século XX.
A primeira Renascença revolucionou a educação -- e, através da educação, revolucionou o mundo. E a força motriz da primeira Renascença foi uma tecnologia educacional, o livro impresso, tornado possível pela imprensa de tipo móvel inventada por Guttenberg em 1450.
Antes da Renascença, a maioria das pessoas era analfabeta, até mesmo grande parte da classe dirigente. A leitura e a escrita eram em geral dominadas apenas pelos intelectuais, que, na Europa, eram quase todos religiosos. Havia uma razão muito básica para esse analfabetismo generalizado na Idade Média: não havia o que ler. Livros, embora existissem antes da invenção da imprensa, eram poucos, pois tinham que ser copiados a mão, e, dado o clima intelectual da época, ficavam trancafiados em bibliotecas de mosteiros (vide O Nome da Rosa).
O livro impresso, relativamente fácil de produzir, mudou tudo isso. Em pouco tempo o livro se tornou popular. Depois da Bíblia, primeiro livro impresso (em Latim, naturalmente) por Guttenberg, vieram outros: tratados religiosos, ensaios filosóficos, e, em seguida, a ficção. (Não é por acaso que a literatura da maioria dos povos, inclusive dos que falam português, tem sua origem nesse período).
Mas o livro também tornou possível, pela primeira vez, o ensino a distância e o auto-aprendizado. Antes de existirem livros em grande quantidade, se alguém quisesse aprender algo, tinha que achar alguém que o soubesse e se locomover até ele, para que ele lho ensinasse. Se quisesse aprender Teologia, tinha que ir até Paris, para que Tomás de Aquino lhe ensinasse teologia… Com o livro, as pessoas passaram a poder aprender com outras pessoas, distantes no espaço -- e no tempo. Depois do livro, não houve mais necessidade de que as pessoas aprendessem apenas quando quem ensinasse estivesse presente e disposto a ensiná-las: elas passaram a poder aprender por sí próprias, com o auxílio de uma boa biblioteca. (E tem gente que pensa que ensino a distância requer satélites, antenas parabólicas, etc….).
Hoje os livros fazem de tal forma parte de nossa educação que são saberíamos ensinar e aprender sem eles.
Mas o livro mudou não só a educação. Sem a imprensa provavelmente não teria havido a eclosão da Reforma Protestante, o surgimento da Ciência Moderna, o fortalecimento das diferentes línguas, e, conseqüentemente, o florescimento das culturas regionais e nacionais e o aparecimento dos Estados modernos.
A Segunda Renascença em que fala Drucker tem sua força motriz em outra tecnologia educacional: o computador. O computador, que nasceu como tecnologia bélica, e se popularizou como tecnologia industrial e comercial, é hoje, eminentemente, meio de comunicação e tecnologia educacional.
O computador se tornou meio de comunicação ao se infiltrar, subversivamente, nos meios de comunicação tradicionais, provocando a digitalização dos conteúdos por eles veiculados. Digitalizaram-se os meios de comunicação impressos: hoje livros, revistas, e jornais estão disponíveis na Internet, e, não importando onde estejam fisicamente armazenados, é possível aceder a eles instantaneamente de virtualmente qualquer parte do planeta. O som se digitalizou, e a popularização do som digital disponível em CDs e a universalização da Internet estão fazendo das rádios tradicionais emissoras globais. A fotografia digital já está aqui, e o vídeo-fone e a televisão digital estão às portas. Nos países mais avançados já se trocam mais mensagens eletrônicas do que cartas pelo correio convencional. Até a telefonia tradicional está ameaçada pelo "Internet Phone". É a revolução nos meios de comunicação. Cinco anos atrás ninguém sabia o que era multimídia: hoje todo mundo sabe que multimídia tem que ver com a comunicação, mesmo à distância, usando textos, gráficos, desenhos, sons, imagens estáticas e dinâmicas, tudo isso num ambiente de interatividade.
Essa revolução certamente não vai deixar de afetar a nossa educação, pois vai alterar drasticamente as maneiras em que aprendemos -- fora e dentro da escola. O mestre e a escola estão se virtualizando e a educação a distância vai ser a regra, não a exceção.
É por isso que cerca de 70% das pessoas que compram um microcomputador para uso doméstico o fazem pensando na educação dos filhos. Mesmo que não tenham uma idéia muito clara de como isso se dará, os pais estão convictos de que o computador é, hoje, a mais importante tecnologia educacional de que podem lançar mão, porque engloba todas as outras.
E o computador está revolucionando não só as maneiras em que aprendemos, mas as formas em que trabalhamos, o modo em que nos comunicamos uns com os outros, e até o jeito em que nos divertimos. A revolução que o computador está causando em nossa vida será muito mais ampla e profunda do que aquela que o livro provocou.
Vai levar algum tempo até que as escolas assimilem o computador às suas rotinas de sala de aula. Levou séculos para que o livro se tornasse tão popular a ponto de toda escola ter sua biblioteca e de um clássico ser vendido em banca de jornal por cerca de dois reais, tornando o acesso à informação impressa virtualmente universal. Vai levar muito menos tempo para o computador se tornar um eletrodoméstico tão ubíqüito quanto o rádio ou o televisor e para a informação multimídia estar "na ponta de nossos dedos", como há anos vem preconizando Bill Gates -- CD-ROMs, que custavam centenas de dólares há três ou quatro anos, hoje já são distribuídos gratuitamente, como brindes, em bancas de jornais. O problema é que o rádio e o televisor, embora onipresentes, foram mantidos em grande parte fora da sala de aula. Não podemos permitir que o mesmo se dê com o computador. O preço será a obsoletização da escola, como instituição pedagógica, e sua eventual transmutação em instituição de mera guarda de menores. Se isso se der, a expressão "Microsoft University" deixará de ser mera metáfora.
Mas o caminho do computador para a sala de aula passa pela familiarização do professor com ele (os alunos, nessa questão, o mais das vezes tomam conta de si mesmos). Para o professor se familiarizar com o computador ele precisa usá-lo nas mais variadas atividades, mesmo que elas não sejam de especial significado pedagógico nem voltadas para a sala de aula. Quando os professores tiverem com o computador a intimidade que hoje têm com o livro, descobrirão ou inventarão maneiras de inseri-lo em suas rotinas de sala de aula, encontrarão formas de criar, em torno do computador, ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem que propiciarão aos alunos uma educação que os motivará tanto quanto hoje o fazem os jogos computadorizados, os desenhos animados, os filmes de ação, e a música estridente do rock.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Vício em internet é considerado problema psiquiátrico
Assim como algumas pessoas são viciadas em drogas, no jogo e no tabaco, outras são em passar horas na internet, fenômeno que um crescente grupo de especialistas dos Estados Unidos considera um problema psiquiátrico. O vício na rede já foi diagnosticado por alguns especialistas como uma dependência da internet, e estima-se que de 6% a 10% dos cerca de 189 milhões de internautas nos EUA sofram desse mal.
Também chamado de "compulsão à internet", esse vício é detectado no caso de comportamentos relacionados à internet que interfiram na vida normal de uma pessoa, causando stress agudo em sua família, em suas relações de amizade e no trabalho.
Uma pessoa que passa horas por dia em frente ao computador navegando pela internet, enviando e-mails, negociando ações, em salas de bate-papo ou jogando pode ser considerada um "ciberviciado" e, portanto, precisa de ajuda.
É o que consideram especialistas como a psiquiatra Hilarie Cash, cujo consultório, o Internet/Computer Addiction Services, na Universidade da Pensilvânia, é visitado por pacientes diagnosticados com a "internet-dependência".
Cash identificou como sintomas da "internet-dependência" a constante preocupação em "estar conectado", mentiras sobre o tempo que a pessoa passa navegando ou sobre o tipo de conteúdo visualizado, além de isolamento social, dor nas costas e aumento de peso. "Se o padrão de uso da internet interfere em sua vida ou tem impacto em suas relações de trabalho, de parentesco e de amizade, você deve estar com problemas", afirma outra especialista, Kimberly Young, uma das mais importantes pesquisadoras sobre as dependências em relação à internet.
Young é a fundadora do Center for Online Addiction, com sede em Bradford, Pensilvânia, onde funcionam grupos de apoio às "ciberviúvas", ou seja, esposas de viciados em relações amorosas, pornografia ou em apostas pela internet.
Na opinião de Young, os internautas que sofrem dessa dependência optam pelo prazer temporário em vez das relações íntimas e profundas.
Os doentes cibernéticos entram em um círculo vicioso, já que a perda de auto-estima cresce à medida que aumenta sua dependência em relação à internet, o que eleva sua necessidade de escapar da realidade e de se refugiar na rede. "A infidelidade via internet é o maior problema de que tratamos.
Mais de 50% de nossos clientes são indivíduos e casais que sofrem com as conseqüências disso", disse Young, autora do livro "Caught in the Net" ("Apanhado na Rede"), o primeiro a abordar o tema do "ciberadultério".
Outros tipos de dependências são as relacionadas com atividades interativas como o "bate-papo", a mensagem instantânea e os video games, assim como os sites de apostas, leilões e compras. Para Cash, os viciados em internet tendem a ter outros problemas psiquiátricos, como depressão e ansiedade, ou a enfrentar relações familiares problemáticas.
Esse panorama confirma o resultado de pesquisas citadas por psiquiatras especializados na "internet-dependência", que revelam que mais de 50% dos viciados em internet também são dependentes de drogas, álcool, tabaco e sexo.
Nos EUA, a "compulsão à internet" é tratada por um crescente número de centros médicos especializados, entre eles os da Universidade de Maryland, em College Park, e o Computer Addiction Study Center, do Hospital McLean, em Belmont, Massachusetts.
No entanto, alguns psiquiatras são céticos e dizem que o uso abusivo da internet deve ser classificado como dependência "legítima", já que não tem os mesmos efeitos negativos na família ou na saúde que dependências propriamente reconhecidas, como o alcoolismo.
"A internet é um meio de comunicação. Não é como a heroína, que isola a pessoa e a torna dependente", disse a psicóloga Sherry Turkle, autora do livro "Life on the Screen: Identity in the Age of the Internet", um dos guias dos que consideram que não há nada de mau na atual febre cibernética .
VOCE EH VICIADO EM INTERNET?
O site sobre produtividade pessoal, Dumb Little Man publicou recentemente dicas para quemse considera viciado em internet. São 4:
1. Imagine uma vida sem a web (para se acostumar com a idéia de estar desconectado).
2. Agende compromissos fora do ambiente dos computadores.
3. Defina um dia da semana para ficar completamente off-line.
4. Tire férias sem levar nenhum gadget.
2. Agende compromissos fora do ambiente dos computadores.
3. Defina um dia da semana para ficar completamente off-line.
4. Tire férias sem levar nenhum gadget.
Dicas úteis, mas um pouco pontuais demais. Não acho que vício em internet esteja separado de outros hábitos / vícios ancestrais da humanidade. O principal deles, a que vivo me referindo aqui, é o tagarelismo mental.
Veja, por exemplo, o vídeo Joel Johnson Wilderness Internet Experience (em inglês), no qual um dos editores do Boing Boing passa uns dias no mato. Ele não segue as dicas do Dumb Little Man e leva até painéis solares para recarregar seus aparelhos.
Mas os objetos físicos de conexão não importam muito. O que está por trás deles é o cérebro, o mais poderoso gadget, de que não conseguimos nos livrar.
Mesmo quando está completamente off-line, o blogueiro mantém os hábitos da vida conectada. Fala sem parar, agredindo e culpando a tudo e todos, do ambiente a si mesmo. Procura informações e conexões para obter opiniões o tempo todo. E, inclusive, já até responde a possíveis comentários do vídeo.
Quer dizer: mais ou menos as mesmas coisas que já fazemos desde que há humanos no planeta. Mas agora numa velocidade e estilo de quem está permanentemente numa tela, em público.
É claro, aí é que está a graça do programa. E o personagem estava lá para o show. Mas atire o primeiro blackberry quem nunca agiu assim. Muitos de nós vivemos com uma platéia imaginária na mente. Estamos sempre conectados, mesmo que não tenhamos um Twitter ou e-mail por perto. Nossas sinapses são os cabos de rede.
Assim, ficar longe do computador, por si só, não é a solução. Pode até ajudar. Mas é um paliativo. Você precisa aprender a dizer não ao desejo de estar sempre conectado, mesmo que esteja numa sala com 4 mil computadores.
Desconecte sua necessidade de tagarelar. Tente experimentar seu ambiente, sem usá-lo como pretexto para aparecer ou se justificar para seus fantasmas. Não ache que precisa sempre dar opiniões, ser engraçado, relevante, inteligente ou correto. Dane-se. Este não é o Show de Truman. Você não precisa ser sempre o centro das atenções – nem mesmo da sua própria atenção.
Quando você conseguir desarmar seu vício de estar conectado a alguma coisa, de estar “ocupado”, aí sim vai poder combater com eficiência o vício à internet.
Melhor: a web nem vai parecer um vício. Você vai encontrar naturalmente um espaço para parar e relaxar, sem precisar recorrer a outros aparelhos, como a TV e videogames.
Mas se você acha que seu vício é mais sério e atrapalha sua vida cotidiana, é melhor procurar ajuda de um profissional.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Internet e educação
A Internet é muito mais que um mero instrumento. Além de um dispositivo, ela representa um modo diferente de efetivar a comunicação e o processamento social da informação”. Esta observação é feita por Arnaud Soares Júnior, professor do mestrado em educação e tecnologia da Universidade Estadual da Bahia e autor do livro “Tecnologias Inteligentes e Educação: currículo hipertextual”.
De acordo com o educador, neste panorama de efetiva transformação, o uso da Internet não representa grande desafio para que os professores aprendam a sua utilização, porque suas funções mais sofisticadas são acionadas até mesmo por intuição. Isso por causa da expressão “interface amigável”, que viabiliza o manuseio rápido e fácil.
“Para acessar a Internet não se requer nenhum grau mais elevado de operação mental. Mas, discriminar suas características tecnológicas, sua lógica de funcionamento, e sua natureza comunicativa e informacional, de modo crítico, criativo e politicamente engajado, requer um processo de formação mais abrangente e conseqüente. Tal não poderá ser feito, por exemplo, pelos cursos relâmpagos de informática, nem pelos treinamentos em informática básica”, analisa o professor.
Já no que diz respeito a utilizar a internet como meio para atrair a atenção dos estudantes, Arnaud salienta que não basta prender a atenção dos estudantes com a tecnologia, porque isto já acontece naturalmente, em virtude das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) exercerem fascínio nas novas gerações.
“A questão mais importante é como garantir uma educação de qualidade com a utilização das TICs e como definir sua utilização mais pertinente em cada contexto de formação. Para tanto devem ser consideradas as condições e as necessidades inerentes a cada contexto, além das novas tensões sociais que aí se refletem em função do crescente processo de globalização”, explica Arnaud Soares.
Para finalizar, o pedagogo menciona que diferente do que muitas pessoas acreditam, a Internet não é só uma rede meramente técnica e digital. “A Internet dever vista pelos educadores como uma rede de comunicação, de cultura, de socialização e sociabilidade. Ela está relacionada aos interesses políticos e mercadológicos, além de sua dinâmica estar submetida aos efeitos dos desejos e de representações sociais”, conclui Arnaud.
O JOVEM, A INTERNET E A ESCOLA
APARECIDA BRAGA
A sociedade moderna passa por um processo contínuo de mudanças. Mudanças essas em sua grande parte relacionadas ao mundo tecnológico. A produção do conhecimento e o aprimoramento dos mecanismos tecnológicos de transmissão impulsionam a cada dia à cultura globalizada. Não existe mais saber cultural estático, imutável ou que será repassado apenas para uma parcela da sociedade.
Diante dessa nova realidade todos os setores são influenciados. Desde os setores da indústria, do comércio, do agronegócio, da cultura e entretenimento e dos grupos sociais. Há uma nova forma de se olhar o comportamento humano, há uma nova forma de se comunicar, há uma nova forma de se adquirir informação e conhecimento, velhos paradigmas estão sendo modificados.
Não se pode neste contexto de grandes transformações ignorarmos algumas instituições e seu papel na sociedade, pois essa avalanche de modificações também influenciaram e influenciarão o modo como essa instituições desempenham suas funções.Dentre as instituições damos ênfase a Escola que durante séculos e séculos era o local certo para se adquirir conhecimento e informações. Hoje com o avanço trazido pelo mundo virtual somos sabedores que a Escola, na atualidade, é um dos locais onde se tem acesso a cultura e o lazer, mas seu papel também já vem sendo ocupado por outros mecanismos tais como a internet e os ambientes virtuais de aprendizagem que já estão se tornando comuns na sociedade acadêmica. Ignorar essa realidade não da mais, então, cabe aos educadores enxergarem a internet como mais um material pedagógico que veio para dinamizar o processo de ensino-aprendizagem. E, como todo material de cunho pedagógico requer, por parte dos educadores, um melhor aperfeiçoamento para lidarem com os mecanismos disponíveis na rede mundial de computadores.
"Não é de hoje que livros, cadernos, giz e quadro-negro deixaram de ser as últimas novidades tecnológicas na sala de aula. Computador, internet e uma enorme variedade de recursos digitais não são mais ficção científica e impuseram sua presença na escola; porém, muitos professores resistem a aderir às inovações e várias instituições não tem condições financeiras para materializá-los no cotidiano escolar."[1]
Um dos grupos sociais que recebe influência da internet, com certeza, são os jovens que vêem neste novo espaço um local de busca de informações de forma rápida e cômoda. O uso da internet pelos jovens mudou conceitos e criou outros e o processo de mutação continua. Orkut, fotologs entre outros são os canais de comunicação entre os jovens. Para o jovem existe uma estreita separação entre o mundo real e o mundo virtual.
O impacto da internet nos jovens vem sendo analisado pelas universidades, pelos sociólogos, antropólogos e demais instituições organizadas. A internet serve como espaço de lazer de entretenimento? De estudo? De busca de informação? De conhecimento sistematizado? Enfim funciona com um portal que dá acesso ao mundo seja ele digitalizado seja ele o mundo real? A internet produz o mesmo impacto nos jovens de diferentes camadas sociais? E o acesso ele é democratizado a todos os jovens.
São questionamentos que vêem sendo pesquisados e analisados pelos estudiosos. Uma pesquisa realizada nos países europeus com jovens de 12 a 18 anos trouxe algumas revelações pertinentes sobre o tema.
"A pesquisa foi realizada na Bélgica, França, Espanha, Itália, Portugal, Suíça e no Québec, com uma amostra de 3326 adolescentes, por centros de pesquisa ligados a Universidades ou ao Ministério de Educação.[2]"
A pesquisa citada procurou enfocar o papel da internet na vida dos jovens abordando três dimensões a saber:
"as representações (a imagem que o jovemfaz da Internet), a utilização, ou seja, as condições reais de uso num dado período, e as apropriações, o que consiste, a saber, o grau e o tipo de integração da Internet nos hábitos de vida e nas práticas cotidianas do
jovem e sua família e grupo de pares."[3]
De acordo com essa pesquisa a internet não causa um impacto diferente do que foi causado pelo uso da TV nos jovens dos anos 60. Convém ressaltar que os jovens da pesquisa já nasceram em um período que o computador, para a realidade econômica das famílias daqueles países, é uma tecnologia que faz parte do cotidiano das mesmas, portanto, para eles, o acesso ao mundo digital se deu de forma natural.
Pesquisas realizadas em países da América Latina apontam que também aqui os jovens têm acesso a rede mundial de informações, mas que a predominância é o seu uso como meio de lazer e não como instrumento de aprendizagem.
"Computador, celular, videogame e TV ainda são pouco usados com função educativa no Brasil e na América Latina. É o que mostrou a pesquisa A Geração Interativa na Ibero-América: Crianças e Adolescentes diante das Telas, realizada pelo programa EducaRede, da Fundação Telefônica. Computador, celular, videogame e TV, hoje, significam diversão. Para as crianças e adolescentes, essa tecnologia toda é lazer. Não estamos sabendo explorar as possibilidades dessas ferramentas na Educação das crianças porque somos forasteiros digitais, afirma Maria do Carmo Brant de Carvalho, coordenadora-geral do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária). [4]
Diante do exposto podemos concluir que o uso da internet é algo que chegou e que se solidificou na Sociedade Moderna. Seu uso, os benefícios ou malefícios que pode trazer só o tempo dirá. No entanto, nós educadores temos que ter a consciência que devemos preparar nossos alunos para utilizar mais esse mecanismo tecnológico com ética e em benefício da sociedade organizada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JUVENTUDE E INTERNET: UM ESTUDO SOBRE AS MODIFICAÇÕES CAUSADAS PELA INTERNET NO COMPORTAMENTO DOS JOVENS.http://www.uniceub.br/Pdf/4%C2%B0%20PIC%202005-20UniCEUB/Ciencias%20Humanas/Marta%20Borges%20Arantes%20-%20curso%20de%20Comunicacao%20Social.pdf[1]
ROJAS, Adriane Kiperman. Conectados, mas nem tanto. Pátio Revista Pedagógica .Carta ao Leitor. Ed. Artmed. Ano XI n. 44. nov.2007/janeiro 2008. pag. 05.
BELLONI, Maria Luiza.Os Jovens e a Internet: Pesquisa internacional em países ricos.http://www.comunic.ufsc.br/relatos_pesquisa/jovensinternetpesquisainternacional.pdf. capturado em 22/07/2009, às 21h.
Ciência hoje on line http://cienciahoje.uol.com.br/97154. capturado em 22/02/2009.
http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/geracao-interativa-427328.shtml . por Patrícia Cerqueira. Geração interativa. Capturado em 23/07/2009.
[1] ROJAS, Adriane Kiperman. Conectados, mas nem tanto. Carta ao Leitor. Ed. Artmed. Ano XI n. 44. nov.2007/janeiro 2008. pag. 05.
[2] BELLONI, Maria Luiza.Os Jovens e a Internet: Pesquisa internacional em países ricos.http://www.comunic.ufsc.br/relatos_pesquisa/jovensinternetpesquisainternacional.pdf. capturado em 22/07/2009, às 21h.
[3]Idem.
[4] http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/geracao-interativa-427328.shtml . por Patrícia Cerqueira. Geração interativa. Capturado em 23/07/2009.
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