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quarta-feira, 6 de abril de 2011

VOCE EH VICIADO EM INTERNET?


O site sobre produtividade pessoal, Dumb Little Man publicou recentemente dicas para quemse  considera viciado em internet. São 4:
1. Imagine uma vida sem a web (para se acostumar com a idéia de estar desconectado).
2. Agende compromissos fora do ambiente dos computadores.
3. Defina um dia da semana para ficar completamente off-line.
4. Tire férias sem levar nenhum gadget.
Dicas úteis, mas um pouco pontuais demais. Não acho que vício em internet esteja separado de outros hábitos / vícios ancestrais da humanidade. O principal deles, a que vivo me referindo aqui, é o tagarelismo mental.
Veja, por exemplo, o vídeo Joel Johnson Wilderness Internet Experience (em inglês), no qual um dos editores do Boing Boing passa uns dias no mato. Ele não segue as dicas do Dumb Little Man e leva até painéis solares para recarregar seus aparelhos.
Mas os objetos físicos de conexão não importam muito. O que está por trás deles é o cérebro, o mais poderoso gadget, de que não conseguimos nos livrar.
Mesmo quando está completamente off-line, o blogueiro mantém os hábitos da vida conectada. Fala sem parar, agredindo e culpando a tudo e todos, do ambiente a si mesmo. Procura informações e conexões para obter opiniões o tempo todo. E, inclusive, já até responde a possíveis comentários do vídeo.
Quer dizer: mais ou menos as mesmas coisas que já fazemos desde que há humanos no planeta. Mas agora numa velocidade e estilo de quem está permanentemente numa tela, em público.
É claro, aí é que está a graça do programa. E o personagem estava lá para o show. Mas atire o primeiro blackberry quem nunca agiu assim. Muitos de nós vivemos com uma platéia imaginária na mente. Estamos sempre conectados, mesmo que não tenhamos um Twitter ou e-mail por perto. Nossas sinapses são os cabos de rede.
Assim, ficar longe do computador, por si só, não é a solução. Pode até ajudar. Mas é um paliativo. Você precisa aprender a dizer não ao desejo de estar sempre conectado, mesmo que esteja numa sala com 4 mil computadores.
Desconecte sua necessidade de tagarelar. Tente experimentar seu ambiente, sem usá-lo como pretexto para aparecer ou se justificar para seus fantasmas. Não ache que precisa sempre dar opiniões, ser engraçado, relevante, inteligente ou correto. Dane-se. Este não é o Show de Truman. Você não precisa ser sempre o centro das atenções – nem mesmo da sua própria atenção.
Quando você conseguir desarmar seu vício de estar conectado a alguma coisa, de estar “ocupado”, aí sim vai poder combater com eficiência o vício à internet.
Melhor: a web nem vai parecer um vício. Você vai encontrar naturalmente um espaço para parar e relaxar, sem precisar recorrer a outros aparelhos, como a TV e videogames.
Mas se você acha que seu vício é mais sério e atrapalha sua vida cotidiana, é melhor  procurar ajuda de um profissional.

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